Na condição de educador, pelo exercício do meu mister, a contrapartida que percebo, a cada mês, satisfaz as minhas necessidades essenciais e da minha família. Isso não se pode negar!
Contudo (convenhamos) o ofício de preceptor não é dos mais agraciados no nosso país – isso é cediço.
Na verdade, cuida-se de uma profissão, ou sacerdócio - como querem os mais entusiasmados, que encontra-se, há décadas, em franco declínio, ao contrário de todo seu cotejo de vilipêndios.
Por isso, busco inspiração no belo, naquilo que serve de acalanto a minh’alma, pois esta também precisa de sustento.
Na condição de imortal, meu espírito reclama por algo que transcenda à matéria.
Para essa incumbência, se presta com esmero os resultados positivos imprimidos em todo meu corpo discente.
É o caso do empenho dos meus acadêmicos, quando do cumprimento de uma tarefa. Mais do que elogios - que não se sabe quando são verdadeiros, lisonjeia-me ver a execução das tarefas acadêmica que ficam a cargo dos alunos. E satisfaz-me mais ainda quando essas tarefas são cumpridas de forma tão aperfeiçoada que exacerbam as minhas espectativas.
Recentemente, incumbi aos meus acadêmicos a apreciação e apresentação de algumas obras clássicas do direito e da ciência política.
As duas primeiras apresentações, uma do turno da tarde e uma do turno da noite, foram mais que apresentações de trabalhos acadêmicos – carícias na alma de um lente (arrisco-me), tão primorosas, encheram-me de alegria, deram significado à minha jornada. E, no tocante a esses dois blocos, sei que posso esperar iguais empenhos dos demais colegas, pois essa perfeição é inerente a eles, no seu todo e na individualidade.